Blog criado para documentar, divulgar e estimular minha produção artística, assim como, a partir das críticas de vocês, leitores, refletir sobre esta produção, com o intuito de refiná-la cada vez mais.
11 fevereiro, 2017
Metamorphoses -- Liber III, v. 376-393 (Ovídio)
O quotiens voluit blandis accedere dictis
et mollis adhibere preces! natura repugnat
nec sinit, incipiat, sed, quod sinit, illa parata est
exspectare sonos, ad quos sua verba remittat.
Forte puer comitum seductus ab agmine fido
dixerat: 'ecquis adest?' et 'adest' responderat Echo.
Hic stupet, utque aciem partes dimittit in omnis,
voce 'veni!' magna clamat: vocat illa vocantem.
Respicit et rursus nullo veniente 'quid' inquit
'me fugis?' et totidem, quot dixit, verba recepit.
Perstat et alternae deceptus imagine vocis
‘huc coeamus' ait, nullique libentius umquam
responsura sono 'coeamus' rettulit Echo
et verbis favet ipsa suis egressaque silva
ibat, ut iniceret sperato bracchia collo;
ille fugit fugiensque 'manus conplexibus aufer!
ante' ait 'emoriar, quam sit tibi copia nostri';
rettulit illa nihil nisi 'sit tibi copia nostri!'
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Ó quantas suas quis moles e brandas
palavras, preces dar-lhe, e a natureza
sua o não permitiu, a si cabendo
só a espera: repetir o que ouvisse.
Acaso! O amado, pelas margens vindo
do rio, 'alguém?' -- 'alguém', ela responde.
Estupefaz-se, a olhar por toda parte;
chama ‘vem!’, mas ela chama quem chama.
Confuso, então, por que não venha, indaga,
‘Evitas-me?’. O dito, qual dito, a si retorna.
Detido e envolto pelo responsório,
‘aqui amemo-nos’, propõe, e escuta
de Eco o langor ‘amemo-nos’ dizer-lhe.
Da selva egressa, por ouvir-se, a ninfa
vai sobre ele atirar-se, aos seus abraços.
‘Antes eu morra’, brada, em fuga, o jovem,
‘que em braços meus sejas tu meu tesouro’
e Eco, apenas, ‘sejas tu meu tesouro’.
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